Durante a paragem de Verão, deu-me para fazer um pequeno exercício. Algo que já não fazia há muito tempo. Durante os meses de Junho, Julho e Agosto substitui os jornais desportivos, pelas revistas de vinho. Foram a minha companhia na praia e nas esplanadas.
Há muito que não comprava um vinho, por causa de uma determinada classificação. Desta vez, deu-me para isto. Precisava de gastar dinheiro, mal gasto.
Peguei num alvarinho, que está bem disseminado pelas cadeias comerciais, muitas vezes em promoção, e bebi-o com a critica de quem sabe ao lado, como se estivesse na aula. O vinho vinha com uns estrondosos dezassete valores. Classificação que, nos tempos que correm, é corriqueira. Habitual. É, digamos, o ponto de partida. Mesmo assim, ainda há produtores a fazerem eco de avaliações inferiores. Segredos insondáveis. Abaixo disto, não vale a pena perder tempo, para quem se guia e consulta as revistas do sector. Basicamente somos todos nós, directa ou indirectamente.
Após alguns tragos demorados e reflexivos, saltou-me à vista um vinho insonso, morno, sem nervo, sem garra. Mole, sem um rasgo de genialidade. Um vinho tão normalizado, que quase fiquei chocado.
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É a nova realidade.