Andamos doidos com as novidades. Ficamos cegos quando vemos rótulos. Metemos laique, quando alguém bebe qualquer coisa que também gostaríamos de ter bebido ou afirmamos que também já bebemos. Muitas vezes, foram apenas umas gotas. Marcamos posição, para darmos ar de que estamos em cima do acontecimento. Não queremos ficar excluídos. Muitas vezes, nem gostamos ou nem damos grande importância. Mas ninguém gosta de ficar de fora. Compreensível.
Muitas vezes, o melhor vinho, aquele que sabe melhor, é aquele que foi bebido no lugar. No lugar certo. Com contexto. Por gente da minha gente. Não se consegue explicar, não consigo, mas há qualquer coisa de enigmático, de místico e profundamente pessoal, quando bebo um copo daquele palhete, que é feito há dezenas de anos.
Com chouriça, muitas vezes seca, com um naco de pão escuro, a cerimónia alcança um estatuto digno de um acontecimento exclusivo. As mesas, os copos e a sala de refeições são do mais elegante que podemos ter. Ainda.
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