

O cheiro que soltou estava carregado de sugestões meladas. A canela, que deambulava pelo copo, salpicava a casca de laranja e uns quantos gomos de tangerina. Aqui e além, pareceu-me que deslumbrava uma avelã, uma noz, uma amêndoa. Bem arranjadinho, nada desprezível. Uma pequena aragem proporcionava uma saudável (e desejável) frescura. Em certos momentos, parecia-me muito com o outro. Com os olhos tapados era capaz de afirmar que era moscatel.

Não temos aqui nada de extraordinário. Mas temos um vinho curioso, bem feito, onde se nota aprumo e limpeza (perdoem-me este abuso). Não envergonha. Só gostaria de saber como pode custar apenas 2,99€? Dá para pensar.
Vale a pena arriscar. Se gostarmos, ainda bem. Se não, o prejuízo é reduzido.
Post Scriptum: Disparando em outra direcção. Manifesto aqui a minha desconfiança relativamente ao novo aeroporto. Continuo sem saber se, de facto, precisamos de uma estrutura daquela envergadura. Olhando para o assunto, com os olhos de leigo, de povo, parece-me que estamos perante um pobre que vai investir mais um pouco da sua vida num luxo.
Depois terei que me preparar para a betanização desejada (pelos autarcas). Em redor, surgirão tapetes de cimento. Enfim.
Comentários
Agradeço o favor de me dar uma dica do local onde poderei comprar esse licoroso, sem ser na loja da Companhia.