Revisão

Estava por aqui a rever as inúmeras exortações ditas e escritas. Reparei num facto sem qualquer importância, mas curioso do ponto de vista pessoal. Comecei a palrar num dia vinte e quatro de Abril. Data que simboliza, vejam lá, o ancien régime, o passado. Também o caderno de encargos, na altura e durante algum tempo, era completamente diferente.
Entretanto fui mudando, rasurando, modificando o enfoque. Explicando melhor, deixou de ter qualquer enfoque, qualquer intuito. Passei a falar de tudo e de nada. Essencialmente comecei a talhar letras que nada dizem. Um simples acto de loucura libertadora, muito íntima e pessoalizada, em que são enumeradas simplesmente coisas.


A idade revelou-me, como o filosofo, que nada sabia e que as dúvidas eram e são incomensuravelmente superior às certezas. Na verdade, não tenho certezas. E apesar de tantos ziguezagues, mudanças de rumo, opções mal tomadas, evoluções e desevoluções, fica outra curiosidade: O primeiro apontamento! 

Comentários

Anónimo disse…
Não faltará aí um pouco de pragmatismo???
Quando crescer gostaria de conseguir escrever assim! rs Com tamanha complexidade yet, de forma tão simples vindo das entranhas tal qual o que brota das raízes de um grande vinho! Sempre o mestre da pena que me encanta ler. Saudades meu amigo e espero que a vida ainda nos permita tomar outras pingas juntos. Abraço
Pingas no Copo disse…
João, meu grande amigo, obrigado pelas tuas palavras e ires lendo as minhas loucuras, os meus desvairos. Espero que um dia, possamos voltar a reencontrar-nos, e beber uns valentes copos. Nem que seja com um prato de sopa com uma malvada luz que não parava de piscar.

Abraço