Um verdadeiro número 1

A posição número um está destinada aos melhores, aos que conseguem ultrapassar tudo e todos. Aos que são predestinados, aos eleitos, aos que sofrem para alcançar o lugar mais cimeiro. É verdade que muitos são merecedores pelo esforço e pela abnegação que demonstram ou demonstraram. Muito poucos o atingirão efectivamente. Nunca o fui.


Aqui, com este vinho, temos o perfeito exemplo de algo que merece ser catalogado como número um. Merece por tudo e mais alguma coisa. Merece por ser um vinho branco a roçar a perfeição, onde juventude, a força, a frescura e o nervo, a complexidade, a elegância convivem num estado de equilíbrio assinalável. Onde tudo parece fazer sentido. Pessoalmente fui incapaz de ficar indiferente, de o beber sem dizer porra que isto é muito bom


É verdade que ele foi o reagente de muitas memórias. Memórias de uma altura em que passava vezes sem conta pela estrada junto à Quinta, em cima do macho do Júlio. A caminho de uns cabeços, onde tínhamos uns quantos pedaços de terra. Lá no fim do mundo.

Post Scriptum: O Vinho foi oferecido pelo Produtor.

Comentários

Anónimo disse…
Vou provar. Estou a ver-te no macho a cruzar o caminho da casa de Maritávora e a pensar. Será que ainda vou ficar espantado com este pequeno canto aqui longe de tudo. Bom ano Rui. AJS
Pingas no Copo disse…
AJS, um bom ano para ti! São memórias de puto. Passei pela estrada muitas vezes em cima do macho de um tio meu. O vinho está ainda novo, mas foi um vinho que me apaixonou.
Tenho inveja (boa) de vocês, que podem contar com uma infindável lista de vinhos de muita categoria! Que pena que este também não temos por aqui.
Abraços,
Flavio

Ps. Foge um pouco do tema, pois seu post trata de um branco duriense, mas você chegou a experimentar o Pera-Velha Grande Reserva 2011? Tenho ouvido muitos elogios a ele, que é encontrado por aqui.
Pingas no Copo disse…
Flávio, acho que não conheço o vinho de que falas...